sexta-feira, 26 de abril de 2013

O AVÔ DO VIPER


A rivalidade entre a Corvette da Chevrolet e o Viper da Dodge não é coisa nova, ela existe desde que a "Vibora" foi lançada em 1992. Porém essa guerra entre as montadoras poderia ter começado bem antes.
Vamos voltar ao ano de 1953, quando a Corvette foi lançada. Com um visual de esportivo europeu e carroceria de fibra de vidro, o carro foi uma agradável surpresa para aqueles que estavam acostumados a comprar Porsche e Jaguar. Depois de algum tempo o motor original de 6 cilindros em linha foi substituído por um V8 e pronto, a receita de sucesso dura até hoje.
Em 1955 a Ford lançou o Thunderbird, que tinha o mesmo apelo e fez bastante sucesso, mas não teve a mesma longevidade.
Até hoje os fans da Chrysler se perguntam qual seria o motivo que levou a marca a demorar tanto para entrar nessa briga, porém, a verdade é que eles tinham até um protótipo pronto para enfrentar a concorrência, mas infelizmente a ideia nunca chegou até a linha de montagem.


Batizado de "Storm 250", o carro tinha um design lindo, feito por Frank Zeder, chefe do dept. de criatividade da marca. Esse desenho foi baseado em croquis de um carro de corridas da Dodge que também nunca foi produzido. O carro teria que ser extremamente leve, tal qual a concorrente da Chevy, porem teria que ser usado um material mais nobre na confecção da carroceria e o alumínio foi escolhido.


 O motor que impulsionaria a obra prima era a novidade da Chrysler na época, o lendário HEMI, com 260cv. Nos primeiros testes o carro cobriu o 1/4 de milha em 14,7 segundos, uma marca de respeito para os padrões da época.


Bonito, com excelente performance e projetado em um tempo em que os consumidores americanos estavam ávidos por novidades, então por que não deu certo?
Rivalidades internas da empresa e falta de visão da diretoria acabaram invalidar uma ótima ideia. Felizmente o protótipo não foi destruído e recentemente passou por uma reforma completa e pode ser admirado por aqueles que visitam o Petersen Auto Museum em los Angeles, California.
Aposto que você está imaginado alinhar o carro ao lado de uma Stingray 63 e ver o que acontece no fim do retão.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

                                              MUSTANG MEETING 2013

"Curitiba, a capital nacional do Hot Rod".... já ouvimos essa frase várias vezes e se analisarmos o número e a qualidade dos eventos que acontecem aqui, chegamos a conclusão que isso é verdade. E se chegamos a esse status, é devido ao empenho dos donos  de carros e dos clubes da cidade.
Um dos clubes mais dedicados e empolgados é o Mustang Clube do Paraná, que anualmente reúne seus associados nas dependências da concessionária Ford Metropolitana. 
Esse ano a festa aconteceu no dia 14 de abril e posso afirmar que foi um evento fantástico, com um sol lindo brilhando o dia todo, coisa rara aqui em Curitiba e com uma boa dose de Oldie  Rock'n Roll ao vivo.
O evento reuniu dezenas de Mustangs, representando todas as gerações do Pony Car. Para quem é fã do carro, foi uma verdadeira "overdose".
Participaram do evento ainda, a Confraria do Hot,  https://www.facebook.com/groups/285535961469647/?fref=ts


A festa contou a com a cobertura exclusiva do blog Single Cars
  https://www.facebook.com/SingleCars?fref=ts

Aqui estão algumas fotos da festa.












































Texto Rubens Jr. 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

CAMARO ELÉTRICO


                                              Camaro Elétrico



Em uma primeira visão, a cena é até comum: um Camaro em burn-out, depois alinhando para a largada. A luz verde pisca e a reação é perfeita. O tempo? Míseros 10,08 seg; o que faz desta cena tão especial? O Camaro em questão é movido por um motor elétrico.
O dono do carro, Sr. Adamowiks, que já tem mais de 20 anos de experiência nas pistas, diz que a meta de sua equipe é ter o carro elétrico, tipo "Stock", mais rápido do  mundo. A consequência disso é mostrar ao mundo que uma competição de drag race exclusiva com carros elétricos pode ser tão emocionante quanto uma com carros tradicionais, apenas bem mais silenciosa. 



quinta-feira, 11 de abril de 2013

110 ANOS DE HARLEY - DAVIDSON


Em 2013 a marca completa 110 anos de vida e para comemorar teremos vários lançamentos no mercado mundial.

Não são exatamente modelos novos, mas motos já existentes com uma nova roupagem. Um verdadeiro sonho para os colecionadores.

Talvez essa seja uma boa oportunidade para sabermos um pouco mais sobre a lendária marca. É difícil falarmos sobre Harley-Davidson sem recorrermos a clichês. Como poderíamos qualificar essas motos sem cair no lugar comum e sem usar frases que já foram escritas a exaustão? Não há outra maneira de nos referirmos a algo que é realmente um ícone, uma lenda, um símbolo da rebeldia e da contracultura. É a própria liberdade, personificada em porcas, parafusos, plástico e borracha.

Pergunte aos integrantes de qualquer banda de Rock bem famosa, sobre suas origens e todos vão responder a mesma coisa: “Nós nunca imaginamos que seríamos tão famosos...” essa frase poderia muito bem ser aplicada a Harley-Davidson. William S. Harley e Arthur Davidson, seus fundadores, começaram com a simples ideia de adaptar um motor à gasolina em uma bicicleta, com o propósito de não precisar pedalar nas subidas da cidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin. A primeira tentativa foi um grande fracasso, porém a segunda bicicleta motorizada foi um sucesso e logo eles a estavam fabricando com fins comerciais.
Harley - Davidson 1920


O crescimento da marca foi meteórico, em alguns anos ela já era o maior fabricante de motocicletas dos EUA e uma das maiores do mundo. O pequeno “barraco” de 4,00 x 3,50 metros quadrados em que eles começaram a fabricação, teve de ser logo substituído por um prédio bem maior. Como lembrança de suas origens, essa pequena  oficina foi toda desmontada e novamente montada no pátio da nova fábrica e lá permaneceu até o início dos anos 70, quando uma empresa de construção, por engano, derrubou o barraco com um trator.
Um dos maiores orgulhos da Harley é justamente ter sobrevivido às maiores crises econômicas tanto as americanas quanto as mundiais. Nos anos que antecederam a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, a Harley vendia uma média de 20.000 motocicletas anualmente; no auge da crise, esse número chegou a cair para 9.000 unidades.
Um novo ânimo nas vendas chegou junto com a Segunda Guerra, pois o exército americano encomendou uma versão militar das, já famosas, motocicletas. Esse modelo contava com maior altura do solo e pneus lameiros. Mais de 100.000 unidades foram vendidas para as forças armadas dos EUA e do Canadá.
Com o final da guerra, o excedente dessas Harleys foi vendido a preço de banana para a população civil. Os novos donos alteravam as características “fora de estrada” para torná-las mais rápidas e dóceis para a pilotagem nas ruas. Essas motos alteradas passaram a ser conhecidas por “Bobbers” e representam o início do fenômeno “Chopper”.
Harley versão militar, para a Segunda Guerra Mundial

As Harleys passaram aos poucos a povoar o universo underground da América. A partir dos anos 50 a marca tornou-se a favorita das gangues de motoqueiros que corriam as estradas dos EUA e em 1969 foi lançado o filme “Easy Rider”, um marco da contra cultura no cinema (aqui no Brasil foi lançado com o nome de “Sem Destino”). O filme retrata a aventura de dois harleyros hippies que cruzam os EUA em uma viagem psicodélica.
Cena do filme "Easy Rider" de 1969

No auge da popularidade da marca, a Harley-Davidson sofre o maior golpe de sua história. Na esperança de atrair uma parceira rica, a marca foi vendida para a AMF, American Machine and Foundry.
Mesmo com a promessa de não interferir no andamento da fábrica, os novos donos decidiram “botar ordem na casa” e as novas diretrizes não foram muito bem vindas pelos funcionários.
A fábrica da Harley sempre foi um ambiente muito descontraído, para não dizer bagunçado; nunca foi exigido dos trabalhadores o uso de uniformes e era permitido, inclusive, fumar durante as atividades. Em alguns setores não era raro ver funcionários com uma latinha de cerveja nas mãos, durante o expediente.
A própria linha de montagem era meio desorganizada: uma moto “ziguezagueava” por nada menos que oito galpões, antes ser considerada pronta para venda.
Com uma linha de montagem mais eficiente a ideia, dos novos proprietários, era dispensar o excesso de empregados.
 
Fat Boy de 1981, produzida pela AMF
Com a proposta de arrumar essas falhas, a AMF acabou por fazer muitas inimizades, afinal, nenhum dos trabalhadores queria ver alguém estranho mudando as regras de um local de trabalho que muitos consideravam a sua própria casa.
Os resultados dessa insatisfação foram greves constantes e trabalhadores desmotivados. As motos produzidas nos anos em que a AMF esteve no comando foram marcadas por baixa qualidade, o que empurrou muitos clientes da Harley  para as marcas japonesas, que estavam invadindo o mercado americano e mundial com produtos confiáveis e de baixo preço.
A má fama das motos chegou a um ponto em que os consumidores acabaram criando vários apelidos para elas, o mais divertido talvez seja “Hardly-Drivable” (difícil de dirigir).
Em 1981, a antiga diretoria da marca juntou forças com novos investidores e, com muito esforço, conseguiram comprar a Harley Davidson das mãos da AMF. Essa batalha estava vencida. Porém, os maiores inimigos da marca, as motos nipônicas, ainda estavam empurrando a HD em direção a falência.
Nos primeiros anos da década de 80, os CEOs da Harley convenceram o governo americano a aumentar abusivamente os impostos de motos importadas acima de 750cc. Com essa medida, as japonesas (e as inglesas, e as italianas...) de grande cilindrada ficaram 45% mais caras, dando um fôlego nas vendas das Harleys.
O momento era de decisão e mesmo com as artimanhas governamentais, ajudando a sobrevivência da marca, o período era extremamente delicado. Foi aí que eles deram mais uma tacada de mestre: a diretoria percebeu que era inútil bater de frente com as motos japonesas, que eram muito mais rápidas, eficientes e tecnológicas, então foi decidido simplesmente dedicar os esforços na produção de motos com um visual mais “retrô”, revivendo uma época em que as HD reinavam absolutas.
A ideia funcionou e com o marketing baseado em uma imagem nostálgica as vendas começaram a melhorar e em poucos anos as Harley Davidson passaram do underground para as garagens das famílias de classe média em todo mundo.
V-ROD Black edition

Com a popularização das vendas, boa parte da liberdade e da rebeldia, que a marca invoca, fica perdida lá nos anos 50 e 60, mas as novas gerações de “Harleyros” têm tentado reviver essa magia todos os fins de semana, pelas estradas deste mundo.
Cena do filme "Wild Hogs"

Na próxima vez que você cruzar com uma Harley, na cidade ou na estrada, imagine que a pessoa, pilotando a moto, pode ser um(a) pacato dentista, vendedor, engenheiro ou seja lá o que for, mas no momento em ele(a) veste a jaqueta de couro e dá a partida no “V Twin”, o velho espírito rebelde assume o comando e tudo o que importa é olhar para o horizonte e ver o céu se encontrando com o asfalto.  “Born to be Wild”...


Texto Rubens Jr.